Conheça 4 Tecnologias dos carros do futuro

Conheça 4 Tecnologias dos carros do futuro

1 – Carros que mudam de cor

Carros capazes de mudar de cor vêm se tornando uma realidade e podem em breve ser vistos nas estradas por aí. Mas como isso funciona e quem está por trás dessa tecnologia incrível? Vamos descobrir.

O primeiro carro que surgiu com essa capacidade foi o iX Flow, da BMW, apresentado na CES 2022, em Las Vegas. Ele foi anunciado como “o primeiro carro do mundo que muda de cor”, permitindo que os usuários alterem a cor externa do veículo entre preto, branco ou uma mistura de tons, apenas pressionando um botão. A ideia era que os motoristas pudessem optar pelo branco nos dias quentes para refletir a luz do Sol e pelo preto nos frios para absorvê-la.

Como acontece a mágica da mudança de cor no carro

Essa mágica acontece graças à tecnologia chamada Electronic Paper Display (EPD) – algo como “Visor de Papel Eletrônico”. O carro é coberto por uma película especial que contém milhões de microcápsulas, cada uma mais fina que um fio de cabelo humano. Essas cápsulas têm pigmentos brancos com carga negativa e pigmentos pretos com carga positiva, que só ficam visíveis quando uma corrente elétrica passa por elas.

Na CES 2023, a BMW lançou um modelo ainda mais avançado, o BMW i Vision Dee, capaz de produzir todas as cores do arco-íris, não apenas preto e branco. Este carro possui 240 seções diferentes em sua carroceria que podem mudar de cor independentemente, criando padrões multicoloridos impressionantes. Tudo isso pode ser controlado por comando de voz e acontece em questão de segundos.

O que diz a lei

A tecnologia usada nesses carros representa uma fusão entre hardware e software, permitindo que a digitalização transforme os carros em companheiros inteligentes. No entanto, há desafios legais a serem superados.

Atualmente, as leis não preveem veículos que mudam de cor instantaneamente usando eletricidade, mas nos EUA e no Reino Unido, os proprietários de carros são obrigados a informar as autoridades e suas seguradoras se mudarem a cor predominante de seus veículos. Como isso se aplicará aos carros que mudam de cor com um comando de voz ainda não está claro.

Já no Brasil, é proibido por lei conduzir veículo com a cor original alterada. Essa é uma infração grave e o valor da multa é de R$195,23, além dos cinco  pontos gerados na CNH do infrator.

2 – Carros com Direção autônoma

A direção autônoma surgiu como um avanço animador na indústria automobilística, mas alguns reveses dividiram o setor e levantaram a questão se a tecnologia está pronta ou não para ser implementada. A CES 2024, primeiro grande evento de tecnologia do ano, mostrou que inovações como robotáxis e IA em automóveis não pararam, mas é provável que um veículo dirige sozinho não chegue tão cedo.

Ainda assim, especialistas divergem, com alguns defendendo que a tecnologia deve crescer já nos próximos anos.

Ausência de motorista no volante é possível?

O nível 5 é o único que não exigiria um condutor humano, mas, para Perillat, isso ainda parece fora de cogitação. Já um estudo da S&P Global Mobility diz que um carro que dirige completamente sozinho é possível, mas não antes de 2035.

Isso tem algumas razões:

  • A primeira é o número de acidentes envolvendo modelos com algum tipo de assistência ao condutor. A direção assistida da Tesla (de nível 2) é um exemplo, ao dar a falsa impressão de que não necessita um condutor e provocar acidentes.
  • A Cruise, subsidiária da GM, é outro. Depois de diversos acidentes com robotáxis, a empresa teve licenças suspensas na Califórnia e pausou as atividades por tempo indeterminado.
  • Uma reportagem do Washington Post de junho do ano passado examinou dados da Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA) e afirmou que o “piloto automático” esteve envolvido em 736 acidentes rodoviários e 17 mortes nos Estados Unidos desde 2019.
  • A segurança do sistema é o ponto principal de preocupação.
  • Outra questão é o preço: os sistemas são caros, sem contar as taxas regulatórias. A estimativa do TechXplore é que modelos de nível 4 custarão no mínimo US$ 10 mil (sem contar o valor dos carros).

Especialistas divergem sobre direção autônoma

Apesar da maioria concordar que a direção autônoma deve demorar a avançar, há controvérsias, inclusive sobre a segurança.

A seguradora Swiss Re fez um estudo baseado nos robotáxis sem motorista da Waymo One do Google e afirmou que a direção autônoma é “significativamente mais segura para outros usuários da estrada do que motoristas humanos”.

Quanto aos preços, operadores de frotas autônomas defendem que o valor gasto nos sistemas “se paga”, já que os modelos podem rodar quase ininterruptamente.

Ainda, o McKinsey Center for Future Mobility diz que o setor pode gerar entre US$ 300 e 400 milhões globalmente até 2035, e que espera “centenas de milhares de robotáxis” nas estradas nos próximos cinco anos.

3 – Carro híbrido: o que é e como funciona?

Os carros híbridos unem as vantagens do combustível fóssil e da eletricidade. Diferentemente dos carros que dependem inteiramente de uma bateria, esses veículos aproveitam o movimento e o funcionamento do motor para garantir uma fonte de energia extra. Conheça a tecnologia a seguir.

O que é um carro híbrido?

Antes de tudo, o carro híbrido não é completamente um carro elétrico. Diferentemente dos EVs, a modalidade também conta com um motor convencional, de combustão.

Além disso, o veículo é abastecido por gasolina ou diesel. Ou seja, ainda depende de combustíveis para funcionar.

Mesmo assim, os modelos com a tecnologia emitem menos gases poluentes. Isso porque os carros contam com uma bateria que é reabastecida com a energia cinética gerada durante a frenagem. O motor de combustão interna também pode ajudar nesse processo.

Dessa forma, a depender do modelo, o motorista não precisa se preocupar em carregar a bateria rotineiramente. O próprio funcionamento do carro do dia a dia realiza essa tarefa.

Essa energia também garante eficiência e reduz o consumo de combustível. Os componentes elétricos, por exemplo, ajudam a movimentar o carro em baixas velocidades, tirando-o da inércia.

Em alguns casos, a tecnologia é utilizada para garantir uma aceleração mais rápida.

Como funciona um carro híbrido?

Os carros híbridos combinam o uso da gasolina ou diesel e da eletricidade. Por isso, em boa parte dos casos, não é preciso conectá-los à tomada para carregar a bateria.

Esse processo é realizado pela energia cinética produzida pelo carro em movimento ou pelo funcionamento do motor de combustão.

Mas não há um único tipo de carro híbrido. O What Car destaca três modalidades.

Confira:

  1. Paralelos: o carro é movido por ambos os sistemas de energia e utiliza a frenagem regenerativa para carregar a bateria. São os modelos mais populares da atualidade;
  2. Extensores de autonomia: o motor convencional é utilizado para gerar energia para o motor elétrico;
  3. Plug-in: modelos que são energizados em movimento e que podem ser conectados à tomada, para carregar a bateria. Os automóveis dessa categoria têm motores convencionais e baterias maiores que os demais híbridos, aumentando a autonomia.

4 – Carro com IA que te ajuda a estacionar seu carro

A inteligência artificial já está presente em dispositivos e eletrodomésticos nas casas, nos computadores e nas atividades do dia a dia. Agora, um grupo de pesquisadores quer usar a IA para facilitar a vida das pessoas na hora de estacionar seus veículos ao sair de casa, prevendo se um local contará com vagas disponíveis e potencialmente evitando congestionamento.

IA de estacionamento

A invenção foi chamada de Rede Neural Convolucional de Gráfico Espacial-Temporal Residual (RST-GCNN) e quer mudar a experiência de condução e estacionamento nas cidades.

As redes neurais, estruturas tecnológicas inspiradas no funcionamento do cérebro e desenvolvidas para resolverem problemas complexos, são capazes de reconhecer imagens, diagnósticos médicos, linguagem natural e mais. Elas também podem analisar os dados coletados para identificar padrões.

É justamente esse recurso que ajudará os pesquisadores a melhorar o fluxo de estacionamento e trânsito urbano.

Como funciona a tecnologia

É simples:

  • Como explica o site TechXplore, o RST-GCNN combina informações de tempo e espaço dos locais, bem como o fluxo de automóveis.
  • Ao analisar os dados coletados, ela pode prever taxas de ocupação de estacionamento a longo prazo e estabelecer padrões dos hábitos dos condutores.
  • Para comprovar sua eficácia, a equipe da Universidade de Hangzhou, na China, testou a IA em um conjunto de dados de um estacionamento urbano do mundo real.
  • Os pesquisadores afirmam que o desempenho na previsão das taxas de ocupação supera outros semelhantes.

Aplicações da IA no estacionamento

A nova abordagem pode ser usada para agilizar o processo de estacionamento nas ruas e ajudar os motoristas a preverem os melhores lugares para se frequentar (ou a não frequentar) em determinados horários. Além disso, tem o potencial de melhorar o congestionamento das cidades.

Futuramente, os pesquisadores continuarão expandindo o conjunto de dados que alimenta a IA para refinar ainda mais as previsões.